Mulheres à frente dos negócios: números ainda são baixos

Das muitas análises possíveis dentro do Mapeamento Startup SC 2022, um número chamou muito nossa atenção aqui no Linkou: o de fundadorAs. E, infelizmente, não foi uma surpresa positiva…

Segundo o Mapeamento Startup, das 1301 startups catarinenses, o percentual de founders mulheres é de apenas 15%. São 280 mulheres, ante a 1549 homens. (Falamos de outros aspectos do Mapeamento Startup SC 2022 no texto sobre a posição de Chapecó quanto ao número de Startups em Santa Catarina.)

Algumas iniciativas contribuem para que negócios liderados por mulheres cresçam e se desenvolvam. Um deles é o Programa Mulheres+Tec, do Governo do Estado através da Fapesc, em colaboração com o Sebrae/SC. O objetivo principal do Mulheres+Tec é justamente ampliar a participação feminina no ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) de Santa Catarina.

O resultado foi publicado na sexta-feira (26/05), com 21 contempladas, das quais, três são da região Oeste. Foram 120 inscrições nesta segunda edição do programa, com um incremento de 42 propostas em relação à primeira.

“Os recursos levarão valorização às mulheres catarinenses empreendedoras. Suas criatividades poderão ser colocadas em prática. Sabemos que as mulheres têm um potencial muito grande na área de ciência, tecnologia e inovação e desejamos a todas muito sucesso e que consigam projetar suas ideias e trazer algo novo para a sociedade catarinense”, ressalta a diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Valeska Daniela Tratsk.

Por que o número de mulheres founders ainda é inferior?

Com certeza, esse panorama tão discrepante entre homens e mulheres fundadores de startups não é uma questão de falta de vontade feminina. O contexto traz mais desafios a elas do que a eles.

Uma publicação recente do Sebrae/SC a respeito do Empreendedorismo Feminino dá conta que são três os principais entraves para que as mulheres empreendam:

  1. Falta de acesso ao crédito: o motivo para que quase 70% das mulheres não empreendam é a falta de recursos financeiros.
  2. Gerenciamento de tempo: jornadas de trabalho duplas ou triplas extenuam as mulheres, impactando sobre a produtividade.
  3. Falta de experiência em gestão: quando o empreendedorismo nasce por necessidade (como a falta de outras oportunidades de emprego), a falta de preparo pode complicar o avanço da empresa.

Outros elementos também foram encontrados na pesquisa “Rompendo o teto de vidro: a trajetória das lideranças femininas catarinenses e seus pontos correlatos”, de Isabela Pim Portela Martins, sob a coordenação da professora Kelly Tosta. Na investigação científica, publicada em 2023, foram pesquisadas lideranças femininas (de alto escalão) em organizações catarinenses.

Dentre os muitos fatores abordados na pesquisa, um é bastante destacado: o tempo de dedicação ao cuidado com os filhos. Conforme a pesquisa, a média de tempo diário era de seis horas, entre as lideranças que já eram mães. Do total de 19 entrevistadas, sete possuíam filhos e duas estavam grávidas no momento das entrevistas.

A liderança feminina – seja com um cargo ou empreendendo – não beneficia somente as próprias mulheres: as empresas também são impactadas positivamente. Segundo uma pesquisa da McKinsey & Company, negócios que investem na diversidade de gênero entre os funcionários têm 15% mais chances de ganhos superiores à média geral.

Fontes: Fapesc, Mapeamento Startup SC 2022 – Sebrae, Empreendedorismo Feminino – Sebrae, Pesquisa “Rompendo o teto de vidro: a trajetória das lideranças femininas catarinenses e seus pontos correlatos”, “Mulheres na Liderança” (Estadão).

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