Assim como as tecnologias avançam, também se transformam as formas de comunicá-la. Nosso post de hoje é justamente a respeito dessas mudanças e como isso pode ser vantajoso aos negócios.
“Consumo podcast desde que ‘tudo era mato’, desde que o formato podcast não era muito conhecido no Brasil, desde os primeiros ‘nercasts’, em que a gente tinha que baixar o episódio em um pendrive para ouvir durante o trabalho. Hoje, além de um ouvinte assíduo de podcasts, eu também produzo podcasts, porque eu acredito muito na mídia, na ferramenta e no modelo.
O podcast é uma excelente oportunidade de trocar uma ideia sobre o teu produto, serviço, negócio, sobre sua entrega. E quando você troca uma ideia, você está produzindo um conteúdo a várias mãos; normalmente não é uma via de mão única, com apenas você apresentando através de um texto, blog, site ou até mesmo livro, áudio, seja o que for. Você tem várias cabeças e visões sobre o mesmo assunto, e uma troca de ideias.
No momento que você faz isso, você reserva um lugarzinho para quem está ouvindo, também. Porque a pessoa se sente confortável em pensar e expor suas ideias também. Hoje não é tão dinâmico quanto participar de um evento, mas já é possível interagir e responder enquetes, questionários, perguntas, e também devolver – seja nos cortes, ou no YouTube – a tua opinião.
Acima de tudo, o podcast é uma maneira de mostrar quem você é, de conseguir repassar suas emoções. Ele não tem problemas com barreiras ou ruídos, porque, diferente do texto, ou diferente de conteúdos que você precisa transportar ideias para dentro de um formato, no podcast são pessoas falando para pessoas, de maneira humana. Então, acima de tudo, você entende a entonação, você entende o jeito, a emoção, você entende até mesmo o silêncio – algo que é difícil passar pelo texto. O podcast é excelente por tudo isso.
O que não imaginava é que o podcast (vim muito pelo entretenimento e hoje trabalho com podcast corporativo) se transformasse em uma ferramenta tão fantástica de estratégia. Estratégia comercial, estratégia de negócio. Acima de tudo, o podcast é uma forma de você convidar o teu parceiro, o teu cliente, o teu fornecedor, convidar seja quem for, a produzir um conteúdo em várias mãos.
É muito menos frio do que convidar para um café. No momento que você convida alguém para colaborar e produzir um conteúdo de alto valor, o pior que pode acontecer é os dois saírem ganhando uma conversa muito bacana. E a audiência, com certeza, vai sempre sair ganhando.
Os podcasts podem contribuir com a comunicação sobre a tecnologia na região com a divulgação. Muita gente não sabe ou não conhece o potencial da nossa região. Tem muito negócio aqui que vende para fora e, muitas vezes, se busca tecnologia lá fora, sendo que ela está aqui do nosso lado.
O contato com uma empresa ou uma tecnologia pode estar em um corte do que a pessoa falou e que você se conectou. O podcast, por ser uma mídia que está sendo muito consumida, a mídia da vez, o primeiro passo é comunicar. Tem muita informação que está aprisionada dentro das empresas, então o segundo passo é que as pessoas das empresas (o CEO ou o COO, as pessoas que fazem a empresa acontecer) falem sobre o negócio.
As empresas fazem um esforço muito grande para expor suas qualidades, mas isso não é colocado na mesa de forma mais espontânea. Sempre vem envelopado em algum formato do tipo post, patrocinado, algo assim. No momento em que se fala algo mais próximo do usuário, você se conecta melhor com ele. Então, muitas vezes é provável que o seu possível cliente se conecte primeiro pela verdade pelo que você falou – a venda será consequência da conexão que você gerou.
Essa conexão pode não ter a ver com o negócio, mas como uma situação. A conexão acontece de pessoas para pessoas. Em terceiro lugar, a gente sabe que há tempo escasso, especialmente empresas de tecnologia, que buscam escala. Esses gestores estão, todos os dias, com muitos desafios, com muita coisa para fazer. Se você pedir para que eles gravem um vídeo, isso já balança a agenda deles. Mas se disser a eles que é possível gravar conteúdos para um mês sentando para gravar apenas uma hora, você compara isso com várias outras mídias, ela é muito eficiente, além de verdadeira.
É, então, um material que entrega muito, que conecta muito e que gera muita oportunidade, ele é rápido e fácil de se fazer. Fácil porque o gestor domina a área dele. Se ele domina o que ele faz, ele domina a conversa. Ele pode até ter um pouco de vergonha, mas ele domina a conversa. E rápido porque em uma hora do gestor é conteúdo para o mês todo. Não se consegue isso em nenhuma outra mídia ou estratégia.
Se formos avaliar, em uma hora é feita uma reunião só para escolher que caminho seguir. Enquanto isso, em um bate-papo, em que você pega, por exemplo, as cinco maiores dores do teu mercado e fala sobre isso, você consegue gerar um conteúdo muito mais rico, mas verdadeiro e com muito menos tempo de agenda.
Por isso, costumo dizer que o podcast é uma da mídias mais acessíveis – pelo investimento – e democrática, porque pode chamar várias pessoas e vários setores da empresa para falar. Em outros formatos, geralmente é o marketing ou uma agência que fala sobre seu produto, raramente o gestor escreve algo para a divulgação. No podcast, quando o CEO fala, a conexão acontece muito fortemente, já que é uma conversa de CEO para CEO – não tem um representante comercial no front ou um contrato.
Por esse motivo, creio que o podcast é uma força de marketing e de vendas muito grande. Assim, podcast é excelente para comunicar tecnologia. E ainda mais porque a tecnologia tem o cliente que precisa de certo produto, mas não sabe muito bem como a tecnologia funciona. Então, para repassar para um vendedor explicar para converter, é muito complexo. Quem sabe se você enviar um trecho ou até mesmo o podcast completo, falando sobre certa funcionalidade ou determinado recurso ou qualidade do teu produto ou mesmo como você resolve um problema dele, você tem um poder nas mãos, o poder de comunicar que vai muito além de outros formatos”.
Jhoni Beneti, produtor de podcasts
“O primeiro passo foi dado a partir da promoção de eventos, mobilizar um nicho que tem mais interesse na área, inicialmente. O novo passo a se dar é chegar em uma mídia de massa, chegar em mais pessoas. Porque assim como sabemos que Chapecó se destaca na construção civil, no ramo alimentício, é muito interessante a população como um todo saber sobre essa posição de Chapecó quanto a empresas de inovação e tecnologia. O próprio Linkou está dando esse primeiro passo, em um primeiro momento de maneira mais nichada, mas a partir de conexões, chegar em um público maior. E como um representante da mídia tradicional, acho que seria um excelente caminho, principalmente no Oeste de SC, levando em consideração que temos um consumo grande de mídias tradicionais, como é o caso do rádio e no caso do digital, portais de notícia.
Então, o primeiro contato foi mais físico, com eventos; o segundo, com informações, no portal Linkou; e acho que a conexão com mídias tradicionais pode ser um bom caminho, porque você acaba rompendo e chegando em um nível de divulgação para a população em geral ficar mais consciente sobre o tema”.
Yago Dornelles Ourique, da Sonora FM
“Hoje, em Chapecó, acompanhando o cenário nacional, surgiram vários podcasts. Vemos, por exemplo, a WePlan, a Registro Feito e o próprio Bad Talks, as universidades, todos têm um veículo de comunicação e estão sabendo se comunicar por áudio. As próprias rádios estão se comunicando de uma maneira mais digital, criando infoprodutos, aproveitando de outras ondas que vieram para fazer isso.
Mas o que é mais legal de se comunicar em Chapecó, que é legal de falar, é que essa linguagem técnica está também nas universidades. Por exemplo, Unochapecó, Senac, Uceff, começam a ter um grande foco no EaD, o que facilita a comunicação, o acesso a cursos, o processo de aprendizado, e isso vem muito pelo cenário da tecnologia. Quando a gente fala de tecnologia em Chapecó, a gente é uma das principais cidades referência do país, porque estamos longe das capitais (já falamos disso em outros textos), mas o que é interessante de falar é que a maneira de falar também mudou: termos em inglês tornam-se mais comuns. Os próprios cursos começam a trazer esses títulos nos nomes – o Senac lançou o TDN, que é Tecnologia e Desenvolvimento de Negócios, que envolve a área do desenvolvimento, marketing, vendas e administração em um curso só. Esse tipo de movimento vai sendo criado pela comunicação, por conta da maneira de se comunicar, da maneira de falar que se complementa, nesses últimos anos. Então temos uma grande diferença na maneira de trazer esse conteúdo e isso vem impactando no dia a dia”.
Opinião Linkou, com Duan Bressan